Quero-te como quero em todas as manhãs O vento frio penetrandoem meu quarto E despertando-me em mim uma sensação de saudade. Quero-te como o impossível preso em minhas mãos Para fazer de ti o motivo eterno de meus sonhos. Quero-te como quem quer somente para si, O abraço maior de todas as emoções. Quero-te assim, acordando-me sempre Deste meu sonho, em sua breve chegada.
Não me tente, ó menina, Com essa beleza divina Que me mostra, quase nua... Não me tente, que enlouqueço, E dos pudores esqueço, Ante o que me insinua... Há tempos que a desejo, Sonho doido com seu beijo, Sua boca de sedução... E agora a vejo assim, Projetar-se sobre mim, Com tanta provocação... Se me tenta, desejosa, Qual uma gata manhosa, Com tanta desfaçatez, Vou deitá-la sobre a relva E qual as feras na selva, Possuí-la de uma vez! (d.a.)